sábado, 5 de abril de 2014

Banco Mundial prevê guerra por comida e água nos próximos anos


“As batalhas por alimento e água devem eclodir dentro de cinco a dez anos, devido ao efeitos das mudanças climáticas. A projeção do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, foi feita durante entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Ele pediu que ativistas e cientistas trabalhem em conjunto para criar uma solução para este problema global, e usou o exemplo do HIV para demonstrar como a união de esforços pode resultar em soluções mais rápidas e mais eficazes.
A fim de manter o aquecimento global abaixo do limite acordado internacionalmente, de 2 graus Celsius, Kim observou que o mundo precisa de um plano para mostrar que está comprometido com a meta.
Ele delineou quatro áreas em que o Banco Mundial poderia ajudar a combater a mudança climática: investir em cidades mais limpas e sustentáveis, encontrar um preço estável para o carbono, reduzir os subsídios aos combustíveis fósseis e desenvolver uma agricultura mais inteligente e resistente ao clima.

Os comentários de Kim seguem a publicação da segunda parte do quinto relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que advertiu que nenhuma nação ficaria intocada pelo aquecimento global.
O relatório também alertou para os efeitos que as mudanças climáticas teriam sobre os preços dos alimentos, assim como em muitas outras áreas, como recursos hídricos. A produtividade agrícola pode cair 2% por década até o final do século, ao passo que a demanda deverá aumentar 14% até 2050.”


Apercebo-me que a situação é de tal modo grave que já não podemos continuar de "braços cruzados" como meros espetadores. Temos que nos consciencializar que a mudança começa com pequenos gestos, e em cada um de nós!




3 comentários:

Paula Nicolau disse...

Flora, obrigada pela partilha.
Este cenário já é previsto - há muito - poder vir a acontecer, mas os grandes interesses económicos ainda têm dificuldade em aceitar as evidências e projeções científicas.
Biodiversidade e Alterações climáticas são dois temas-chave interligados. PBN
Veja por ex a entrevista dada por Sir David Attenborough em
http://www.thedailybeast.com/articles/2014/02/11/sir-david-attenborough-enough-with-the-creationists-and-climate-change-deniers.html

florabiodiversidade disse...


Boa noite Professora,

Como a Srª bem diz, este cenário há muito que era previsto - contudo, “os grandes interesses económicos ainda têm dificuldade em aceitar as evidências e projeções científicas” 

A este propósito, e em resposta ao desafio que me propõs, pesquisei sobre “o maior naturalista do nosso tempo”, Sir David Attenborough.

Sir, tem continuadamente alertado e tentado fazer a sua parte! Focou o seu trabalho na vida selvagem, nos impactos da atividade humana sobre o mundo natural e nas possiveis soluções para amenizar tal “calamidade”.

Vem sucessivamente salientando ter certeza que o aquecimento global é causado pelos humanos e que é um perigo real não só para a nossa espécie, mas para todo o planeta.

Entende que “no passado nós não conhecíamos os efeitos de nossas ações e assim, nós plantámos o vento e agora, literalmente, colhemos o furacão. Mas nós não temos mais tempo: agora reconhecemos as consequências de nosso comportamento e devemos agir para mudá-lo individualmente e coletivamente, nacionalmente e internacionalmente. Ou então nós daremos às gerações futuras a catástrofe”(1)

Não obstante, várias críticas se fizeram ouvir ... Nomeadamente, ambientalistas e criacionistas consideraram suas “mensagens” fracas e pouco explicitas... Uma vez criticado por ativistas, Attenborough não está mais disposto a falar em voz baixa. Em entrevista à The Daily Beast “ diz ter finalmente crescido e cansado da atitude dos Estados Unidos para a mudança climática”, assumindo ter “perdido a paciência com a ignorância dos criacionistas, poluidores e negadores da mudança”.

Mais, afirma que o seu trabalho foi sendo sucessivamente “diluído para uma audiência americana, com suas narrações magistrais para o Planeta Terra e Vida, regravadas por Alec Baldwin e Oprah Winfrey, antes de transmitidas no canal Discovery”. À revista BBC Wildlife, consideraou “George W. Bush o maior ‘vilão ambiental’ dos tempos atuais”.
Num flash de frustração aponta a (i)responsabilidade dos EUA e considera extraordináriamente triste que uma das sociedades mais ricas e avançadas do mundo continue a não aceitar as evidências. Também ele “preferia muito mais que não fosse verdade, mas é verdade e, a menos que nós possamos fazer algo sobre isso, vamos estar em apuros".

Para mais, salienta a responsabilidade de deixarmos um planeta saudável e habitável por todas as espécies. No entanto, "o futuro da vida na Terra depende da nossa habilidade de reagir a problemas. Muitos indivíduos estão fazendo o que podem, mas o sucesso real só poderá vir se houver uma mudança na nossa sociedade, economia e política” (mensagem de encerramento de “State of the Planet”)


Com o discurso de Sir David Attenborough consolido o raciocínio inicial: que este cenário era previsto há muito, mas os grandes interesses económicos ainda têm dificuldade em aceitar as evidências e projeções científicas. Com ele percebe-se que a salvaguarda de “outros interesses” ainda “fala mais alto”, ainda “edita”, minimiza e secundariza os repetidos, fundamentados e preocupantes alertas ...

Referências:
(1)http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Attenborough#Opini.C3.B5es_e_defesas

http://www.thedailybeast.com/articles/2014/02/11/sir-david-attenborough-enough-with-the-creationists-and-climate-change-deniers.html


Flora, 900942

florabiodiversidade disse...

Para além dos repetidos apelos de Sir David Attenborough...

refira-se o 5º relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC - entidade que reúne milhares de cientistas de mais de uma centena de países) - “Impactos da Mudança Climática, Adaptação e Vulnerabilidade” - apresentado a 31 de março, em Yokohama no Japão!

O relatório explica como os impactos físicos das alterações climáticas se relacionam com a exposição e a vulnerabilidade de uma população, produzindo riscos para a sociedade. Aborda especificamente a questão do aumento da temperatura média global, hoje e nas próximas décadas, apresentando-se como um sinal de alerta para governos e sociedade, mostrando o quanto é preciso minimizar os seus efeitos – que já afetam a agricultura, os ecossistemas, os recursos hídricos, os oceanos, os setores económicos e a saúde humana. Destaca a possibilidade de aumento de eventos climáticos extremos em todo o planeta, como por exemplo, o degelo do Ártico, que pode acelerar e causar o aumento do nível dos oceanos numa velocidade para a qual nenhuma comunidade humana está preparada para enfrentar.

A este propósito, Vicente Barros entende que vivemos na era das mudanças climáticas produzidas pelo homem, mas que ainda não estamos preparados para os riscos que já enfrentamos!

Chris Fields, que “a alteração do clima está agindo como um multiplicador de outras ameaças, como a dificuldade em conseguir alimentos e moradia. As pessoas, sociedades e ecossistemas por todo o mundo são vulneráveis em escalas diferentes. As mudanças climáticas interagem com outras ameaças e aumentam seus riscos”. Nesta perspetiva, defende que “lidar com o aquecimento global de forma criativa é uma importante forma de melhorar o mundo”
A este respeito, Bruno Toledo considera que ainda há tempo para ações de mitigação e adaptação que reduzam os seus prejuízos. Porém, entende que “o mundo ainda não está preparado para lidar com as piores consequências”.

Neste cenário, o IPCC tenta consciencializar governos, empresas e a sociedade de que existem oportunidades na adaptação, com ganhos económicos e de saúde pública a serem conquistados por aqueles que fizerem investimentos em setores como energias limpas, conservação ambiental e manutenção de serviços ecossistémicos. Assim, “a expectativa é saber como essas novas e temerosas informações influenciarão o processo político de negociação do novo acordo climático dentro das Nações Unidas, que enfrenta muitos problemas e ameaças de retrocesso no combate ao aquecimento global”

Referências:
http://envolverde.com.br/ambiente/ipcc-mudancas-climaticas-ja-sao-uma-realidade-e-nao-estamos-preparados-para-enfrentar-suas-piores-consequencias/

http://www.oc.org.br/index.php/page/81-Mudan%25C3%25A7as-clim%25C3%25A1ticas-j%25C3%25A1-s%25C3%25A3o-uma-realidade-e-n%25C3%25A3o-estamos-preparados-para-enfrentar-suas-piores-consequ%25C3%25AAncias%252C-alerta-IPCC%250A

Flora, 900942