Em doze meses o Alentejo foi eleito a melhor região vinícola do mundo, bem como um dos 21 melhores destinos para se visitar, e viu o cante alentejano ser considerado património da humanidade.
O celeiro de Portugal, situado mesmo abaixo do coração do país e que seduz pelo ritmo lento que lhe está associado. Era assim que no início do ano a National Geographic Traveler descrevia o Alentejo, considerado pela revista um dos 21 melhores destinos a visitar em 2014 ao lado de sugestões como Cabo Verde, Nova Orleães ou Puglia, na Itália.
Com os elogios longe de cessar, em maio era a vez do britânico Guardian falar do destino — que produz metade do vinho no país e é líder mundial na produção de cortiça — como a nova Toscana ou a Toscana mais acessível.
No currículo de uma região que ocupa 33% do território nacional há também espaço para uma menção global, a de melhor região vitivinícola do mundo a visitar. O título resultou de uma votação promovida pelo USA Today, o maior diário norte-americano, e pelo portal para viajantes 10Best. A região portuguesa ficou à frente de nomes importantes no universo vínico — como Champanhe, em França, e a espanhola La Rioja –, num total de 20 candidatos pré-selecionados pelos peritos Frank Pulice e Kerry Woolard. Talvez por isso a próxima cidade europeia do vinho se encontre em pleno Alentejo. Reguengos de Monsaraz foi escolhida pela Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN) e bateu em concurso a Bairrada, Monção e Melgaço.
A imprensa internacional, ao que parece, tem estado de acordo no que à qualidade do vinho e sabores alentejanos diz respeito. Isto porque também Évora teve direito a subir ao pódio. Em setembro, foi nomeada pelo Daily Meal uma das nove melhores cidades do mundo pela oferta que faz chegar ao prato e ao copo. Quando pensamos em Portugal, pensamos em Lisboa, mas Évora merece definitivamente a nossa atenção, escreveu, então, o jornalista Aly Walansky. Isto porque na cidade medieval de “pratos originais”, é possível encontrar pequenos restaurantes que servem muitos petiscos, vinho de primeira categoria e sobremesas clássicas inventadas nos conventos de Évora no século XVI.
Os feitos alentejanos ganharam novamente proporções globais com o cante a ser considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO. A decisão veio diretamente de Paris no final de novembro, três anos depois de o Fado ter semelhante distinção.
E para a acabar o ano em beleza, o espanhol El País publicou na passada sexta-feira, 12 de dezembro, um artigo no qual apelidou a região em causa de finura rural, dando destaque a Moura, Estremoz, Elvas e Monsaraz, isto é, vilas portuguesas que dialogam com o campo e que souberam preservar uma naturalidade elegante.
A julgar pelo sucesso além-fronteiras, a região de uma paisagem diversa, com sobrados, oliveiras e praias à mistura, promete continuar na mó de cima e a tempo de uma resolução de fim de ano.
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